Background

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A ideia de recomeçar

Abafou a dor como se ninguém precisasse saber que aquilo doía, que ela sentia. Criou mil teorias que justificassem a ausência de dor, a pressa de recomeço e camuflou, de um jeito bem bonito a ferida mais feia e aberta que havia.
Mas esqueceu que o tempo sabe onde ficam as feridas e quando tudo resolverá derreter, toda maquiagem sumir, todos os curativos se tornarem ineficazes e provocar aquela imensa bagunça: a razão se perde entre tantos caminhos e nenhuma alternativa realmente eficaz e o coração fala mais alto querendo gritar aqueles medos.
O coração não sente necessidade de colaborar e a torna boba, amarra a razão com correntes de prata e a deixa sentada no cantinho da parede, como se fosse um castigo eterno, como se nunca mais fosse conseguir sair dali e institui a bagunça: transforma seu rosto quando o vê, desacelera e acelera sem o menor critério, enche seu estômago de borboletas nervosas, pinta seu rosto com um vermelho indiscreto e acentua o rubor das maçãs do seu rosto pra que fique claro, óbvio, pra que seja um grito alto, abafado e estridente.

Quem vê aquele sorriso e aquela doçura não imagina que, no seu interior, tudo está prestes a sucumbir. Não há quem consiga imaginar como é ter a razão amordaçada e todas as teorias fundamentadas em argumentos ridículos ou contundentes foram colocadas em desuso da maneira mais cruel.
Ninguém consegue imaginar que o amor chegou.

sábado, 30 de abril de 2011

A magia do recomeço


Nunca se sabe quando a vida vai decidir te fazer parte dela muito intensamente, não se sabe quando o amor vai bater a sua porta e te fazer voltar atrás, mudar conceitos, aprender e descobrir da maneira mais doce e plena o verdadeiro sentido da palavra: maturidade.
Os caminhos são diferentes de qualquer um já trilhado, os ares são diferentes mas o desejo de ir além, de romper limites, de derramar porções imensas de orgulho sobre aqueles que torceram e choraram juntos: o amor ainda é o maior alvo.

E hoje, essa postagem tem como objetivo maior a gratidão, eu já havia me esquecido de como era se sentir tão querida, de poder servir com verdade e ser cuidada da maneira mais sincera e até constrangedora por pessoas novas, que entram pra não sair mais. Amigos são sempre bem vindos e quando destroem os castelos de pedra que nos envolvem com sutileza e muito afeto faz desmoronar uma série de teorias bem construídas mas que não se sabiam tão mal fundamentadas. A intensidade faz tudo ter uma proporção maior, e pra quem tentou se fechar - fugir de qualquer possibilidade de se envolver porque isso é passageiro demais, rápido demais, lindo demais, forte demais - eu já estou demasiado envolvida e apaixonada.
A chance de fazer tudo de novo, agora sendo 'gente grande', é para poucos, e eu preciso aproveitar isso de uma só maneira: ser inesquecível por ter causado overdose de sorrisos, felicidade, amor, cuidado e saudade. Sentirei saudades demais.

Postagem dedicada aos amigos que fiz em Coimbra, inesquecíveis.
Obrigada, Mari, pelo novo layout do blog! Gostaram?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Coimbra


Fazer intercâmbio é descobrir o quanto você é composto por partes e saber exatamente onde está cada uma delas - não saberíamos se não nos afastássemos, seria sempre cômodo e confortável demais.
Quando entrei no avião eu fiquei encantada, assustada e depois muito nervosa porque a poltrona era pequena demais e o ar condicionado muito forte, o resultado disso foi: nariz sangrando, rinite atacada e uma aterrissagem digna de esquecimento.
Cheguei, não tão bem mas cheguei.
O resultado da longa espera no aeroporto de Lisboa por Ana me fez refletir o que eu tava fazendo e a pergunta foi: como assim? o que é que eu tô fazendo aqui? cadê minha mãe? e eu caí no choro, longo e demorado mas me olhei no espelho, me arrumei novamente e disse pra mim mesma: Levanta, menina, aproveita porque qualquer um queria estar no seu lugar, não desperdice isso. E saí curiosa andando pelo aeroporto e ouvindo o português correto (e superior sim!) e que se conservou... os tempos verbais corretos, as vozes corretas - impecável e longe de erros ortográficos e orais - fiquei fascinada.
Cheguei em Coimbra e sofri ainda mais pelo frio, tenho presenciado as temperaturas mais baixas que poderia pensar e posso garantir que isso é uma tortura pra uma baiana, acostumada com um calor (in)suportável.
Ter o seu espaço, ver que tudo depende de você inteiramente: o quarto não se arruma sozinho, a comida não se apronta sozinha, a cama não se forra sozinha, as roupas não se lavam e todas as coisas que não fazemos em nossa casa porque há quem faça por nós: aqui aprendemos o peso dessas pequenas coisas e a falta que nos faz alguém que tem experiência nisso.
Cadê a comida de minha mãe e minhas roupas muito cheirosas? Ela usava amaciante? Como se lava roupa? E rir dessas perguntinhas que parecem bobas, estar distraída e matar a saudade enquanto dorme, quando seus sonhos levam você pro colo de sua mãe, pras palhaçadas de seu pai, pras brigas com seu irmão e para o amor, o colo, o beijo, o carinho e a eternidade que cabem no seu namorado. Mas o melhor amigo de todos veio comigo: o Espírito Santo, não existe parceiro melhor, mais sábio, mais carinhoso, mais consolador e perfeito.

O que eu posso adiantar é que a experiência está sendo incrível e não me permito sofrimento e nem saudade demais porque meu objetivo aqui é a superação.
Obrigada, UEFS, por acreditar em mim e nos meus sonhos, será sempre inesquecível todo apoio, carinho e cuidado de você comigo nessa caminhada - vocês vão além de uma instituição, além das fardas e das funções e rompem os limites estabelecidos. A UEFS será vista por mim como uma 'mãe acadêmica', muito além das minhas expectativas, serei eternamente grata por essa oportunidade e honrarei cada gota de esperança que foi depositada em nós, intercambistas.
Aos meus amigos, em especial Camila, Vanessa, Renatinha, Paula, Murilo, Nathy, Cássio, Midi, Patrike, Bruna e Raul (sempre Raul!) obrigada pelo carinho e pela força, quero dividir toda felicidade que sinto com vocês.
E à minha família, não sei nem o que dizer: não há nada além de vocês, nada que eu possa dizer, fazer, escrever, nada. Obrigada, eternamente, pelo sacrifício, pelo apoio, pelo cuidado, pela cumplicidade que vai além do oceano, pelo suor, pelas lágrimas - minha vida, meu esforço, todo brilho que possa existir nessa experiência é por vocês.
E Ciro, você é o grande amor da minha vida e me prova isso a cada momento que prefere dividir comigo, cada bobagem, cada carinho e taaaanto amor que só você sabe. Não há distância que me faça esquecer você, só lembrar e me apaixonar cada dia mais e mais - isso aqui é também por nós dois.
E a Jesus, o autor de tudo isso, toda glória, o mérito é dEle, eu sou apenas um instrumento.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Amor e Paixão

Não, meu amor, não vai passar - eu prometo que não vai passar.
O tempo de querer você será sempre o mesmo, não passará o desejo, a necessidade do abraço, do encaixe, do cheiro, das mãos dadas, do desejo imenso que não caiba no espaço de te querer.
Caberá a nós dois a tarefa de manter os olhos fechados e fingir que não sabemos que a paixão há de passar, o amor há de fazer morada quando a razão se sentir confortável - não estou vendo onde hemos de chegar, não tenho consciência e nem você terá, não cobremos respostas e nem explicações.
E se tudo passar, seremos os cúmplices mais honestos, a dupla mais eficiente, a morada perfeita para o amor, a casa de portas abertas para a paixão, a parede em branco que há de alaranjar-se em todo fim de tarde e reagiremos com surpresa, sem esperar, sejamos puros e nos surpreendamos - o segredo da paixão é conservar a surpresa e sufocar a rotina sem pena, com todo desejo e todo mistério da paixão e da sua passagem (incerta, instável) ao amor.

Onde quer que eu esteja, amor, os meus melhores desabafos e as mais doces confissões serão suas.