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sábado, 25 de setembro de 2010

Perguntas para decifrar uma paixão

Eu nunca te disse que seria fácil. Pode parecer conto de fadas mas as coisas são muito reais e estamos lidando com humanos, humanos cheios de amor, mas humanos.

E se eu chorar? Posso inundar você de lágrimas? E de repente ver meu porto seguro sucumbir e nadar até te encontrar de novo, descobrir que me perdi e mergulhar e te achar bem no fundo de mim. Posso ser humana com você?

Posso deixar o vento assanhar meu cabelo, você vai saber rir na medida exata e me deixar vermelha e depois esfriar minhas bochecas com um olhar apaixonado, bobo, derretido? Você sabe me matar devagarzinho?

Sabe me enganar com mentirinhas de amor? Sabe fazer surpresas? Sabe me fazer passar mal de rir?

Você está apto a quebrar minha dieta com um jantar bem delicioso e depois me dizer que eu estou linda e magrinha, e jurar que aquele jantar quase não tinha caloria?

Você saber fazer cócegas?

Vai notar quando eu corto as pontinhas do cabelo?

Você sabe me pegar pela cintura quando eu me desequilibrar de um salto imenso que eu pus pra te impressionar e provocar um calafrio discreto, quase imperceptível e me fazer pensar que é coisa da minha cabeça quando meu corpo inteiro e minha cabeça estarão imersos, loucos, cegos e absortos numa paixão daquelas, avassaladora.

Se você for tudo isso, eu quero.


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Casulo



Meu casulo está cada vez mais quentinho, mais aconchegante e eu sei que o ar tem se esgotado. Tenho plena consciência do quanto a solidão tem se tornado complicada, densa e ao mesmo tempo se dissipa em uma fumaça multicolorida de origem desconhecida.

A vida aqui nesse casulo, meu caro, é cada dia mais confortável. Às vezes eu sinto que tudo pode se romper, que alguém pode ousar mexer no que eu preservo e escondo,
temo que descubram o acesso ao meu aconchego, temo pela perda de paz e pelo peito aberto, temo. O que me amedronta ainda não tem definição, mas ultimamente eu tenho pensado no que me trouxe até aqui além das feridas - cada vez que eu me feria procurava uma maneira de amenizar a dor, nem sempre curar a ferida mas sempre amenizar a dor - a solidão sempre me acolheu tão bem que meus pés já sabiam o caminho do casulo depois da terceira ferida.
Palavras, sempre elas. Quem me conduz a outros mundos, fala por mim, diz o indizível, mexe no impossível, também me conduz pra mais profunda solidão e a mais bem disfarçada por elas mesmas. Quem poderia imaginar que eu estou aqui também? Quem diria que tem uma vizinha como eu nessa comunidade tão imensa? Eu sei que somos milhões, milhões de rostos presos, de cabeça pra baixo e coração bem mais pra baixo ainda, cheio de defesas, cheio de proteção: não quero acreditar de novo, não quero ouvir de novo, não quero me apegar de novo, não consigo apanhar mais uma vez, não suportaria mais um naufrágio.

Ei coração, fica quieto e só arrisque nas teorias, contente-se com suposições e que fique apenas na sua imaginação esses devaneios. Quando você sentir um outro coração, assim, bem pertinho, bem quentinho, com cheiro de café e abandono, com poeira e aquela música tocando na vitrola, aquela velha canção que já embalou amantes apaixonados mas hoje canta sozinha pra um coração apertado, compacto, sem exigências, que saiba caber direitinho no meu cansaço e que me revigore sem querer, sem saber, sem sentir - é amor.




terça-feira, 10 de agosto de 2010

Amor de Inverno




Um banho muito quente, o banheiro preenchido pela fumaça, os seus espaços mais secretos desvendados por uma umidade que não pede licença e embaça até a sua imagem refletida no espelho. Um banho quente, nesse inverno tão frio, um pijama também quente – combatamos o frio em nós, sem dó.

Depois de um dia em que a mente se sente cansada e propaga isso pelo corpo inteiro, um cansaço que alastra-se pelos poros, pela pele, pelas veias, que abate os olhos, que faz os ossos doerem – aquele cansaço que ousa mexer nas esperanças, que dissolve a vontade de tentar de novo e a idéia fixa de recomeçar, outrora tão viva e acompanhada da sensação de que seria eterno. A mente se cansou de tentar evitar aquelas idéias fixas, aquela mania que ela não sabia de onde vinha, a estranha mania de eternizá-lo e acreditar que daria certo. Um dia de conflito intenso, todos os pensamentos se transformavam nele rapidamente.

Vestiu meias grossas, se sentiu quente, confortável. Foi até a cozinha e pensou no que faria pra comer, sopa, fondue, chá, mas dentro dela nada era aceitável, mantinha a estranha idéia de que tudo só poderia ser feito a dois, afinal, foram muitas as noites em que o frio do inverno significava dizer adeus a solidão. Dormia acompanhada, comia acompanhada e o imaginava que o tempo era fechado, os dias eram fechados e não era necessário fazer o corpo sofrer, fazer o coração chorar de novo. Buscava amores de inverno, julgava-os mais úteis que os de verão. O verão é iluminado e alegre, cheio de amigos e opções de lugares, bares, festas, praia – a solidão descansa, nem incomoda- mas o inverno junto com a solidão seria fatal. Depois de tanto pensar decidiu preparar um caldo com ervas, desses que vendiam pronto, era só adicionar água fervendo que parecia estar fresco. Ligou o som e se deparou com a música que dizia Veja bem além desses fatos vis, saiba, traições são bem mais sutis – se eu te troquei não foi por maldade, amor, veja bem, arranjei alguém chamado saudade’, depois desses versos, o frio que tentou evitar percorreu todo o seu corpo em forma de arrepio, um arrepio de saudade, de vontade, de nostalgia.

Era pra ser só mais um amor, só mais uma aventura nesses dias frios mas ela se entregou além do planejado. Fez o que não julgava necessário, pediu o que jurou que nunca pediria a mais ninguém, dançou, amou, beijou, se entregou como nunca. Tudo isso nos braços de um desconhecido que quando lhe tocava fazia todo o seu corpo decifrá-lo como um amigo íntimo, um pedaço dela esquecido em algum lugar, em alguma parte do tempo. Viveram juntos por três meses, dividiram o edredom, as sopas, as meias, a cama, o amor – o amor que quanto mais era dado mais se multiplicava e virava uma sede, uma gana, um desejo insuportável de fazer o outro feliz, um vício, uma doença – ele. Se apaixonava a cada dia e de uma maneira tão avassaladora, tão forte, tão intensa, características de uma paixão – a paixão, esse primeiro estágio tão doce do amor, tão irracional... há quem deseje ficar estagnado nele a vida inteira, que o amor nunca chegue, nunca vire esse costume, que seja sempre paixão, que doa o coração, que machuque mesmo, que seja intenso.

- Sabe, eu nunca esperei nada de você. Disse ele, após acordar ao seu lado com os olhos ainda inchados e brilhando de uma maneira tão ímpar.

- Você não espera nem amor, nem cuidado, nada? Então o que te atraiu em mim, o que te fez querer compartilhar, dividir comigo a sua vida?

- O que me atraiu em você foi o que os seus olhos disseram, você nunca foi boa com as palavras, nunca me prometeu amor.

- O que você espera de mim?

- Continuo sem esperar nada de você. Sabe, meu bem, acordar ao seu lado e poder te fazer feliz é o que eu espero de mim em relação a você, eu nunca me frustrarei com as expectativas que eu criar em relação a mim mesmo, mas nunca saberei o que esperar do outro, o que esperar de você. O que eu fizer com você vai voltar pra mim. Quando é amor, amor mesmo, os corpos se comunicam, os sentimentos se comunicam e a troca nunca é algo desequilibrado.

- Eu espero muito de você.

Os olhares se afastaram e o coração dele batia mais forte, tinha pavor a expectativas, esperanças, tinha mesmo era medo do amanhã. Não era bom que alguém esperasse algo de outro alguém, pra que serve essa esperança? Porque não deixar que o destino prove se haverá mesmo troca, se é mesmo genuíno ou vai passar? A partir dessa manhã, uma manhã de agosto, ele não conseguia mais seguir adiante com sinceridade, sentia medo. E se culpava por começar uma conversa que a fez confessar o que seu coração não estava preparado pra ouvir. As manhãs nunca mais foram as mesmas, os diálogos foram julgados desnecessários, as conquistas foram julgadas bobas, vãs, pequenas. Os corações estavam cada vez mais distantes.

Numa tarde de sábado, enquanto ela fazia compras, escolhia as melhores comidas prontas, as melhores opções de um prato quente e planejava dedicar a sua tarde a compras e a preparação de um jantar lindo, cheio de vontade de trazer a paixão de volta, a paixão que em algum momento sumiu junto com a sopa, evaporou junto com a fumaça dos banhos quentes na madrugada. Neste sábado, ele fazia as malas, junto com todas as coisas boas que viveram juntos, tentando fazer renascer aquela esperança, pensando até num novo amor, alguém que também não buscasse tanto, não esperasse tanto como ela.

Partiu, como todos os amores que deixam a paixão de lado e alimentam-se da venenosa rotina. Deixou um bilhete, era só o que conseguia fazer:

Meu bem,

Desculpe-me a covardia – eu estou indo. Não quis olhar nos seus olhos porque eu tenho muito medo da frustração e sabendo que você não esperava a minha partida, certamente eu teria diante de mim uma grande mulher chorando por uma decepção, por um homem covarde que não sabia mais o que tinha feito com a paixão. Eu deixei morrer, eu matei lentamente ou perdi e não faço a mínima idéia de onde tenha ido parar- pode ter descido pelo ralo da pia junto com a sopa, pode ter se confundido com meus papéis no bolso da calça, com meus documentos no escritório, pode ter entrado pra sempre debaixo da saia daquela morena que atravessa em frente ao meu carro todas as manhãs, pode ter se afogado na minha cerveja nos finais de semana, ou pode ter virado um gol no futebol aos sábados. Me perdoe, meu bem, pela partida, mas eu quero ir sem ver a sua reação ao ler esse bilhete. Eu parti porque sem paixão não dá. Quer um conselho? Faça o mesmo, só prossiga se houver paixão, se não houver não adianta nem começar, é perda de tempo e ferida gratuita. Essa coisa de paixão é mesmo uma desgraça, tem que estar em tudo; sem paixão é tédio. O que eu sinto por você é o desejo de te fazer feliz, se eu não posso fazê-lo, desejo que você seja feliz, como for. Um feliz agosto pra você.

Sem mais,

Seu bem.

Não houve nada além do tempo certo – a eternidade, meu caro, cabe exatamente num pedaço de tempo que não pode ser mais nem menos, tem que ser a dose exata pra fazer sentido. Não será eterno o que acabou, seja lá de que forma. É eterno apenas o que é interrompido, não acabado. E o amor? Ah, esse dificilmente tem conserto.

Ela se mantém sozinha nesse apartamento, chorando quando lembra daquele sorriso e de como cabiam um no outro, como se completavam. Mas sorri, quando percebe que toda essa loucura é sinal de que aquele amor de inverno foi único, nunca mais vai se repetir – conseguiram eternizar.



quinta-feira, 15 de julho de 2010

Love is new

Muitos dias se passaram desde o primeiro passo - o passo para a estranha felicidade.
Nos vestimos com roupas coloridas como se esperássemos por essa festa que só havia dentro de nós, ninguém mais podia ver, nada mais poderia ser tão importante quanto comemorarmos o dia em que nos pertencemos, o dia em que nossos corações decidiram dividir e caminhar juntos.

'Eu acredito em nós dois', dizia para si mesma, calmamente, queria apenas que seu coração escutasse e adotasse essa idéia maluca de recomeçar. E vivia um dia de cada vez, um beijo de cada vez, como se nunca mais houvesse a possibilidade de amar de novo, como se nunca mais fossem se encontrar.
Faça festa em mim, comemore cada pedacinho que conquistar como se nunca mais fosse conquistar nada, como se o amanhã estivesse longe demais pra nós dois.

Que nosso reencontro seja lindo, sempre novo, surpreendente. Que nossa dor seja apenas mais uma forma de fazer toda a esperança nascer de novo - que o universo conspire por mais uma história de amor, pelo meu último romance.

'Love is old, love is new
Love is all, love is you...'

segunda-feira, 21 de junho de 2010

'No recreio'

Crueldade o que você faz com meu coração, desacelerando e fazendo quase parar; acelerando e provocando em mim a ilusão de que a vida é breve demais em seus braços, a eternidade é coisa pouca.

São olhos sedentos que se encontram e se perdem dentro um do outro, dispensando palavras e clamando por sorrisos leves, espontâneos, mãos levíssimas e um coração que não se cansa de esperar pelo próximo suspiro ou pela sua quase morte. E eu, que tinha tanto medo de morrer de amor, me descubro desmaiada, lentamente me esvaindo em paixão, naquele amor que minhas mãos escrevem, minhas palavras tentam fazer existir, mas nunca havia vivido ou sentido.
Minhas palavras me prepararam pra o amor da vida inteira, antes mesmo de pensar. Antes eram só suposições, ensaios de como seria viver um grande amor, hoje você chegou e transformou minhas palavras numa realidade, no mínimo, incrível. As minhas teorias se tornaram bobas, questionáveis, o tempo que eu tanto valorizava em pequenas ou grandes doses se torna apenas um detalhe: você sabe eternizar.

Pode ser que meu coração diabético - cheio de desejo pela doçura, a doçura intensa de Caio F. Abreu que pediu por ela 'sete vezes que é pra dar sorte...' - tropece nesse caminho ao seu lado, pode ser que sejam arrancados dele pedacinhos que jamais serão reconstituídos ou cicatrizados, pode ser que a ferida doa a vida inteira e vire um câncer e me mate, mate você em mim. A ferida que poderá matar você em meus dias, seu sorriso, seu abraço, ou apenas o conforto de caber perfeitamente em você, nos seus espaços. O amor é mesmo correr riscos, se entregar e imaginar que amanhã poderemos nos ferir e não haver remédio - só restarão lembranças, um passado que machuca e limpa ao mesmo tempo, o desejo do passado de se potencializar e se repetir mais perfeito num presente novo amor.
Que se um dia você me doer, que me doa muito, pra que eu sinta que todos os pedaços que estão machucados foram expostos e entregues inteiramente numa bandeja de emoções sem restrição.

Eu só quero saber quando foi que a felicidade te deu meu endereço.

'...E os pés que irão por esse caminho
Vão terminar no altar, eu só queria me casar
Com alguém igual a você
E alguém igual não há de ter
(...)
E o chão se abre por dois sorrisos
Virão guiando o seu corpo que é praia
De um escândalo charme macio
Que cor terá se derreter?
Que som os lábios vão morder?
Vem me ensinar a falar
Vem me ensinar ter você
Na minha boca agora mora o teu nome
É a vista que os meus olhos querem ter
Sem precisar procurar
Nem descansar e adormecer...'
Cássia Eller

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Espera

Não é impossível, eu garanto que não é.
Sabe de uma coisa, eu tenho estado cada vez mais distante desde que você parou de lutar, desde que se acostumou. O costume é venenoso, lentamente, de gota em gota ele transforma esperança e felicidade em tédio e persistência vã. Eu espero há muito tempo por você, eu desejo tê-la ao meu lado desde quando ouvi a palavra 'amor' - quando descobri o que é amor eu decorei, guardei, escolhi as melhores definições e decidi esperar por você.
Foi lindo encontrar você, você é tão bonita. Muito bonita. Tem uns olhos de quem sabe o que quer, de quem olha e descobre verdades - você é boa com os olhos, você me desarmou. Seus olhos escondem tanta tristeza, eu só soube quando vi você chorar - você é tão incrível que eu tive medo de, em algum momento, partir seu coração e eu não me perdoaria se o fizesse - você chorou de um jeito tão sutil, o seu silêncio era imenso mas suas lágrimas tinham um som estranho, fúnebre, que fez eco em meu coração.
Eu quis te dizer que você era o meu amor mas você estava distante demais - isso não se pode gritar, tem que ser sussurrado. E eu fico desconsertado perto de você, eu quero ficar perto e sumir ao mesmo tempo, fugir pra morar em você.
Deixa eu cuidar de você?

Olha, eu prometo não te pedir nada em troca, nem que você goste de mim, eu só quero gostar de você, cuidar de você, me permite? Pensei em muitas formas de te dizer isso e poe parecer piegas dizer que eu pensei em ir à uma cartomante que prometia o amor. Eu descobri que nem as cartomantes são felizes, elas não tem um amor. Eu não teria o que dizer quando ficasse de frente pra ela - e eu já sei de tudo, os astros sabem, o tarô sabe, as cartas e tudo mais que queira saber: você é o amor que eu sempre procurei, o meu amor.
Eu quero cuidar de você, fazer você feliz e não me preocupo com o que você vai fazer de mim - o amor é justo, se eu encher você dele eu vou recebê-lo de volta.


Delicadamente se entregavam um ao outro, num toque de mãos suave, em beijos intensos, abraços infinitos e sussurros escondidos em vielas, quartos, sonhos, livros velhos e onde fosse permitido amar sem depois. Era segredo, emoção e frases soltas ditas na forma mais pura, mais linda e mais incrível que já se conheceu:
"Deixa eu te levar comigo, sem pensar no que nos cerca".

Diziam juntos, sublime, puros:
você é o amor que eu esperei a vida inteira.


sexta-feira, 30 de abril de 2010

Seguir adiante

'Tudo voltará ao seu lugar, moça, apenas espere'.
Quanto tempo mais se deve esperar? É importante ter ombros fortes que comportem o mundo?

Não é importante carregar bagagens pesadas, é preciso estar sempre leve... de vez em quando surgem plumas que querem apenas provocar arrepios, mas não há mais sensibilidade, não há mais leveza - a dureza já está impregnada, nada que seja simples demais, doce demais, sutil demais, apaixonante demais vai provocar alguma reação. A dureza já é constante, o costume, a rotina, a acomodação - e quem te condenou a isso?
Quem inventou que ser feliz é ser constante?
A inconstância traz os mais oscilantes sentimentos, as mais doces aventuras. Pra que pensar demais? Pra que transformar escolhas num problema?

O amor é leve, odeia rotina, é doce - inconstante. A paixão é isso tudo mais intenso, mais maluco, mais irracional - mais gostoso.

Moça, deixa eu te ensinar mais uma coisa: passe dos limites estabelecidos, tente descobrir como é engraçado recomeçar. Jogar pra cima o que te incomoda, seguir sem medo do que a estrada guarda pelo caminho - simplesmente apaixonar-se.

"Quero ver você maior, meu bem, pra que minha vida siga adiante...'



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quinta-feira, 8 de abril de 2010

memórias

Não há mais palavras guardadas, tudo já foi dito.
Tornei tudo mais intenso, mais doce, mais leve. Enquanto as coisas chegavam até você assim, eu me perdia aqui, tudo ficava cada vez mais pesado pra mim, quanto mais doce pra mim, mais amargo pra mim.

Até que ponto se pode caminhar sem colocar os pés no chão? Até que ponto é permitido abrir mão?
Até onde a indiferença pode alcançar.

Todas as tardes são cinzentas, eu sei que ainda estamos em abril, mas tem sido assim desde janeiro, desde o calor de janeiro, desde quando os pensamentos borbulham sem parar dentro de mim, as borboletas voam sem critérios dentro da minha barriga. Eu já sei que não devo levar algumas coisas tão a sério... falta meu coração entender o mesmo.
Enquanto isso eu me perco, me perco em minhas memórias, em tudo que está guardado em mim, em tudo que nunca poderão descobrir. Remexo nas minhas memórias, vivo cada situação como gostaria que fosse, mantenho os segredos mais incofessáveis e ninguém sequer suspeita.

Meu agradecimento especial a @patty_sanpi, uma leitora que ama o blog, que demonstra o seu carinho por esse cantinho aqui, uma das minhas grandes incentivadoras. Naiara, também uma leitora assídua do blog, me incentiva e me faz ir sempre além.
Quanto aos leitores, o meu carinho e a minha gratidão será sempre imensa, muito obrigada!

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sexta-feira, 26 de março de 2010

Sozinho

Estar sozinho é, muitas vezes, querer abandonar-se. Quando só você não pode desistir de si mesmo, quando ninguém mais acredita, quando ninguém mais está ao seu lado, quando você descobre que, inevitavelmente, foi boa demais pra tudo, não cabia nos desejos, não cabia nas pessoas, não cabia nas palavras até os elogios não cabiam em você.
Assumir quando se é doce, e não permitir ser dominado pela amargura - meio amargo só chocolate.Os valores estão cada vez mais invertidos, é bonito ser falso, ser amargo, ignorar as pessoas e estar cada vez mais indiferente e mais frio a tudo.
O amor virou bobagem,e nem em novela é bonito ser puro e amar assim.A solidão só é venenosa quando administrada em doses altas, poucas doses de solidão são vitaminas - força, conhecimento e lealdade.Pode até doer em alguns, podem abandonar seus caminhos e desistir de seguir, sejam guiados pela vontade de ver 'o circo pegar fogo', ou 'o bicho pegar',isso é ser cruel quando está ao seu alcance evitar.

O sofrimento alheio, a solidão alheia e a inquietude não são motivos pra se divertir, o coração não pode parar.Devo confessar que ultimamente a vida tem me causado uma estranheza enorme, mas eu não penso em desistir, tenho me sentido cada vez mais estimulada a continuar e remar contra a maré - ninguém pode roubar o que está bem guardado em mim.


Gente, ultimamente eu não estou muito inspirada... Lembrei que um professor, ano passado, fez uma conta louca, uma numerologia lá, e me disse que 2010 não seria um anode muita produção, seria um ano de mais projetos, construção, mais ação e menos introspecção - tomara que ele só esteja certo em parte, quero continuar atualizando aqui, mas tenho estado cada vez mais exigente, nunca acho os textos suficientemente bons, pra mim estão sempre superficiais. Volto sempre, não com a frequência muito alta, mas volto.

Muito obrigada pelos comentários, vocês me ajudam a ir sempre além do que espero. Obrigada aqueles que não tem blog pra que eu responder, ou que tem a página bloqueada. Leio sempre todos os comentários com carinho e respondo.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Pensar


Pensar é um dos princípios pra enlouquecer.
Não quis mais agir como quem calcula demais, ou pensar no quem tem a perder quando escolhe. É mais comum cansar no meio do caminho do que se imagina, e quando se percebe que a vida, de fato, não é um filme e fingir não é pra qualquer um.
Só finge quem é forte demais, quem está cansando tende à entrega.
Pensou se era cedo pra tirar conclusões ou era apenas devaneios de quem está cansada demais - mas não, achou que fez sentido.
Cansou, desanimou porque recebeu de presente uma decepção - e decepções sempre vem num embrulho atraente mas recheada de espinhos que ferem, alguns tão profundamente que viram câncer - desistiu. Nunca esperou muito das pessoas, mas algumas expectativas se camuflam muito bem numa segurança estranha, num comodismo e na sensação de que as coisas estão bem, já se pode descansar. Nunca se pode descansar, os caminhos nunca são seguros - o amor também não.



Opa! Estava com saudade de vocês mas garimpando alguma coisa pra postar aqui, eu sinto vontade de escrever, sento e posto. Tá mais a minha cara, mais moderno.
Ganhei um selinho de Bruna, uma grande amiga!



Sete coisas sobre mim:
1. Impaciente;
2. Desconfiada;
3. Orgulhosa;
4. Prestativa;
5. Dotada de um humor nem sempre compreendido;
6. Chico Buarque;
7. Clarice, Pessoa e Drummond.

Presentear sete blogs, vamos lá:




4. Midi


Ah, vão ser só cinco... queria repassar pra Bruna mas suspeito que não possa. Tô com sono.

=)


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

*

Chega sempre aquele momento em que tem que se decidir entre ser sociável e ser feliz - tudo pode transbordar sem aviso prévio, pode chegar ao ponto máximo.

Deixa eu te fazer feliz e não me faça muitas perguntas, não me faça pensar sobre a felicidade muito menos tentar calcular tudo que eu quero deixar subentendido. O amor deixa sempre subentendido, quando se questiona demais o encanto se cansa, o fascínio tira seus pedaços aos poucos e não há mais amor. Sentir é muito melhor que pensar.

Nesse momento eu não quero mais ser aquilo que tem sempre uma resposta e um motivo certo para estar - eu quero ser feliz. Porque se importar com alguma coisa que não seja você e a felicidade? Não tenho medo que pode vir, quem tem desejo não enxerga aquilo que não é necessário.
As pessoas vão sumir, imergir na areia movediça dos desejos, morrer agonizando, sendo sufocadas por uma estranha felicidade que ainda incomoda demais.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ano Novo

O ano é novo mas as maninas são as mesmas, as dores são as mesmas e o que muda é só a sensação de recomeço.
Recomeço, a gente pode sentir que tá começando agora, tudo de novo, que o tempo nos deu uma chance nova de fazer tudo de novo.Mas é sempre bom lembrar que tudo que foi plantado até agora, certamente vai brotar. Se os frutos são doces ou amargos cabe ao semeador estar consciente do que plantou, do que esperava colher. Inevitavelmente há colheita, não há como fugir dela, não há como se esquivar quando elas brotam e daí em diante o que muda é nossa atitudediante dos frutos - mudar as sementes ou se acomodar.



Se em 2010 nós estivermos distantes, lembre-se que é apenas espaço - o espaço é pequeno diante do amor. O seu sorriso vai brilhar pra mim,vai me orientar, vai me fazer sorrir sozinha seja num ônibus lotado ou numa noite quente com insônia. O seu abraço vai saber me completar, vai saber as minhas medidas, vai me tirar do sério, vai me fazer feliz, mesmo quando seus braços não puderem estar aqui, estiverem loge. O amor rompe as barreiras, o espaço, o tempo e as medidas estranhas que eu criei pra te descobrir.O amor me faz entender que mesmo distantes estaremos juntos, fortes, apaixonados e felizes - esperando um pelo outro.2010 me faz não querer repetir erros, me faz recordar cicatrizes e querer fazer você feliz.O amor é o jeito certo de caber no incabível, de dizer o indizível sem palavras, de aprisionar sem correntes e flutuar sem ter quando.
Feliz 2010 aos leitores, aos anônimos, aos que comentam, aos que cobram, aos que são doces e aos amargos também.
Que neste ano a gente não desista de amar, não esmureça tão fácil e sejamos tomados pelo desejo de crescer - um coração grande quando sabe acolher se torna uma dádiva.
Dê o que você quer receber - isso é infalível quando não se espera uma atitude imediata.
Plantar é mais seguro que colher.Obrigada a Maurício, meu amor, meu príncipe e o responsável pelas confissões apaixonadas. Te amo.