Background

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Conselhos

Você já sabia que esses caminhos não ia dar em um bom lugar, mas quis insistir, tentar de novo, por um momento se encantou com os mesmos olhos cativantes - aqueles olhos que te fizeram penar por tanto tempo.


Se você soubesse, se você me ouvisse, raciocionasse isso não teria virado essa paixão louca, esse poço de esperanças vãs, acredite - eles não mudam nunca, nós nos apaixonamos, mudamos por eles e achamos que eles mudaram, mas não; eles fingem que mudam, por uma semana, pra enganar seus sentidos, você caiu. Todo mundo cai.


E agora você vem com essas lamúrias, esse papo de quem quis se aventurar por esse caminho já tão conhecido, tão difícil de se livrar, você que já tinha se libertado, insistiu em voltar apenas para olhar como quem nada quer, mas aí está você, estirada feito boba de novo na mesma estrada.


Mas é mesmo assim, não adianta mais chorar- tá, chore só por hoje. Tinha tudo pra ser muito bom, uma aventura daquelas de cinema, mas não - virou postagem de blog, talvez alguns rabiscos na sua agenda, algumas horas no google pesquisando se é isso mesmo que você desejava. Fuja, isso não é ruim. Não dê satisfações, não ponha um fim quando ele nem quis que você soubesse quando começou, apenas fuja. Suma, e deixe um gosto bom de alguma coisa passada, que ele teve mas não soube bem aproveitar. Deixe que fique agora uma dúvida solta, pairando, não se importe.





Há quem prefira os cachorros, mas eu não, prefiro as borboletas,lindas, coloridas e povoadas de liberdade de uma asa a outra, talvez seja bem isso - a liberdade- quando a gente admira muito algo pode ser o desejo de saber lidar com isso, não a admiração (de fato), mas a ânsia da descoberta. A minha preferência pelas borboletas perdura, elas podem voar (ou não), podem me surpreender dançando aquele ballet colorido e alegre ao meu redor numa manhã que as coisas pareciam não dar muito certo, pode ser que eu passe anos sem ver uma delas de perto, nem mesmo as amarelinhas que tanto me animam, mas ainda assim eu vou gostar delas. Liberdade é uma questão de saber lidar, desejar é clichê - quando se tem nem se sabe o que fazer, o egoísmo do coração fala mais alto, querem estar presos mesmo, querendo tanto ser livres.










'se eu fosse a sua
e não mais uma
as quatro luas eu lhe daria
pra me tornar sua maria
uma canção eu cantaria
minha resposta ao que eu ouvi
( a mais bela melodia )
foi roubar pra minha história
sua poesia de outrora
não por jura ou promessa
nem perdão ou vaidade
debaixo da condesseira
sua maria de verdade'
Valsa pra Biu Roque- Céu
.Obrigada ao anônimo sempre tão simpático(a); =)
.Obrigada pelas visitas e pelos textos colocados nos perfis do 'orkut', é bom saber que de alguma forma vocês se definem através das minhas palavras.

domingo, 12 de julho de 2009

Paixão

É, exatamente assim - andar descalço na beira do mar, aquela areia úmida, a água vem, assusta e vai embora.


É como se a vida não fizesse questão de nos incentivar a viver, a fazer de um novo jeito, ninguém mais se importa- aceite isso, não seja tolo. Não se afogue nas pequenas e repetidas doses de café forte e sem açúcar, não fume mais de três cigarros, não faça compras compulsivamente e não se esconda dessas verdades.





Chega um tempo em que as coisas se tornam estáticas- e já não se sabe se há muito pararam de se mover, ou nunca se moveram - as pessoas se assustaram, tremeram e sentiram medo que nunca mais houvesse movimento. O movimento quem faz é você. A maré também fica calma, os olhos se cansam de olhar sempre na mesma direção e quem foi que disse que o coração também não cansa?


Mas o remédio para o coração cansado é a paixão, não precisa se voraz, nem calma demais, nem quente demais, pode ser platônica, pode ser por doce, pintura, esporte, livros, músicas velhas e até (as mulheres bem sabem) a paixão por coisa nenhuma, apenas a sensação de estar apaixonada, mas não se sabe pelo que, essa é a melhor, apresenta menores índices de sofrimento depois de acordar.





E pra que acordar? Pra sofrer? Descobrir que toda realidade, tudo que se fez, viveu, cantou, comeu, gritou foi apenas um vento?


Não há quem nos proíba de sonhar a vida inteira, as vezes abre-se o olho bem discretamente, só um poquinho, observa-se um pouco de realidade e volta a sonhar, a realidade é pra ser observada de leve para quem quer mesmo ser livre e alimentar as possibilidades de sonho.





"Eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro.Mas eu preciso muito muito de você."


Caio Fernando de Abreu

sábado, 11 de julho de 2009

Solidão?

Se o telefone tocasse hoje eu estaria mais solta, mais graciosa, e te falaria as coisas que eu não diria numa manhã qualquer.
Há sempre um momento em que alguém se enche de coragem e estaria até disposto a gritar - mas nesse momento sempre se está só. A solidão é boa, nos deixa fortes, corajosos, prontos pra falar, loucos para ouvir, imaginando possibilidades ao longe.

Estar só é estar pelo avesso e não perceber, é deixar que se derramem as angústias do setembro que passou, do outubro que foi lembrado mas ninguém percebeu, ninguém. É deixar que o café, ainda que muito forte, desça pela garganta e inunde tudo, até as idéias - estar só é estar esperto, atento. Não é que eu não sinta falta das pessoas - eu até sinto falta de algumas - mas eu não me desespero, e se o faço ninguém vê, é bem no meu interior, onde as idéias se escondem e se inquietam também. O meu desespero sutil de não deixar que escapem as chances de estar perto. A minha cara de muitos amigos, talvez esconda minha solidão e meus muitos lamentos. Mas não há motivo para preocupação - eu estou mais forte, acredite.
Não dói como pensam.
Eu sei, eu não sei ser charmosa.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Distância

Não que ela quisesse se envolver, mergulhar fundo não estava nos seus planos.
Sempre foi intensa em tudo, até em olhar ao redor e saciar a sede com água gelada, mas havia decidido ser suerficial, andar na ponta dos pés, colocar apenas a ponta dos dedos e revelar apenas aquilo que se pudesse ver, mais nada além do visível.

Foi diferente quando descobriu que pisar com os dois pés descalços é possível, que tudo é possível diante do querer do corpo, do suplicar da alma, da descoberta surpreendente da capacidade de guardar, se transformar, ser quem quiser no seu próprio tempo e enlouquecer sem ter porque. Lentamente a saudade se transformou em amor, o que era pra ser paixão virou amor, mesmo longe dele tantos quilômetros ela se apega ao reencontro, sabe que não existe ninguém mais interessante que ele em todo o mundo, sabe que será sempre a mais bonita, a mais incrível e a inesquecível, enorme, 'saudade-amor'.
Não há mais distância, os corações quando estão próximos fazem o corpo sossegar, estar sóbrio, guardado para quem chega, os olhos e cada lance e possibilidade de sedução estão guardados para a volta - mesmo quando não se sabe se haverá volta, mesmo que ele nunca vá chegar - ainda há quem o aguarde com a cabeça, o coração, os olhos, a alma pronta para receber.


Para ela, a menina que ama quem mora longe.